segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Paraty também...

Trindade me fascinou...

Lua minguante

Ontem tomei banho de lua madrugada a dentro e afirmo que foi divino! O céu estava maravilhoso, recebi este presente com a maior satisfação possível!
Claro, nossa famigerada mania de reclamar faz com que pensemos que olhar para o céu só deve ser bom deitados na relva, na areia da praia,no colo de alguém especial...
Mais non, fiquei admirando as estrelas e a lua através de minha janela com rede de proteção. Sentindo a luz da lua me invadir e trazer para dentro de mim, uma certeza absoluta sabe lá de quê...rs
Eu quis pescar as estrelas distantes com a rede de proteção de minha janela...fiquei observando a lua mudar de posição, entrando pelos quadradrinhos da rede...
O vento movimentando as nuvens era parte do espetáculo. Queria brincar naquelas nuvens;pular entre elas...até chegar lá!
Ah como foi bom sentir minha respiração misturada ao ventinho gelado!Sinto esperança...
Por algumas horas, eu era criança descobrindo a beleza do mundo. Acho que temos que redescobrir tudo a toda hora!
Os arquipélagos de nuvens sobre minha cabeça,fizeram com que eu tivesse momentos únicos de divagação...trouxe você para mim, invadindo meu quarto de apartamento pela janela; junto com o vento e a luz do luar.

domingo, 23 de janeiro de 2011

É só não se esquecer,estarei aqui...

É isso...Zeca Baleiro!

Na avenida

Conto para um amor improvável...

Simplesmente um domingo qualquer,desses em que nem dá vontade de sair da cama...
Saí,por pura imposição do sol que se impunha em minha janela;quente e impiedoso sobre meus pés,que cá entre nós,preferem ambientes gelados.
Tomei um café,deixei a cama desarrumada, fumei um cigarro debaixo do chuveiro. Queria sair de mim,mas de repente me vi sem ter para onde ir;porque o meu lugar deveria estar ocupado...
Joguei-me no sofá,agarrei meu travesseiro e assisti televisão por toda a tarde...passou um filme do Clint Eastwood,assisti. Assistiria até filme do Van Dame,naquelas alturas do domingo,nenhuma diferença faria.
Quis tomar outro banho.Tomei e minha mente turva transformou minha visão. Meu coração acelerou sem qualquer motivo aparente:nenhum susto,nenhum beijo na boca...
Não conseguia me locomover no banheiro...voltei!
Era o ano de 1991,havia terminado o colegial e trabalhava em uma clínica como recepcionista. Detestava meu trabalho e o único objetivo que me movia era o vestibular:arquitetura. Vivia antenada em toda a programação gratuita de São Paulo,afinal,gastava todo o meu salário pagando o cursinho.
Os sonhos eram coloridos,intensos,todos realizáveis...e eu,realizaria todos!
Claro,além da realização acadêmica,bem lá no fundo,oculto de qualquer um que me circundasse, queria que alguém me amasse do jeito que eu era. Na verdade,não me achava merecedora de alguém especial,mas na escuridão do meu quarto, deitada à noite, pensamentos de um amor platônico invadiam minha mente. E quando registro "platônico", pode acreditar que é na mais completa acepção da palavra: alguém que estava só no plano das ideias! Alguém sem rosto, sem sorriso,sem toque,sem cheiro,sem voz...
Era aquela rotina e como toda rotina,entediante. O cursinho acabava sendo uma de minhas poucas diversões;no serviço,era tratada com pouca gentileza pelos médicos da clínica e ,principalmente,pelos pacientes que pareciam querer me penalizar por suas dores,eu que sequer suportava minhas próprias...
Aos finais de semana o que eu geralmente via era janela,cortina,o dia lá fora e as apostilas jogadas na cama enquanto eu tentava resolver problemas de física e matemática. Às vezes, para espairecer, escapava do quarto e ía para a sala ouvir um pouco de MPB, um pouco de U2,um pouco de paz.
Num desses finais de semana previsíveis, cheguei em casa à hora do almoço depois de uma aula especial que ocorreu no sábado. Como de costume, larguei minha mochila no sofá, tirei os sapatos, arranquei as roupas - era abril,mas ainda estava bem calor-,tomei banho e comi um sanduíche. Olhei pela janela antes de espalhar minhas apostilas sobre a cama, como de costume. Mas, de repente fui acometida por uma súbita vontade de sair, andar pelas ruas do bairro, ver gente, ver crianças brincando,sentir o sol sobre minha pele quase mofada. Coloquei um macacão de moleton que eu adorava e saí sem destino. Passei na padaria,comprei uma garrafa de água e comecei minha jornada. Entrei em ruas que nunca havia entrado, percebi as árvores e flores nas ruas, brinquei com cada cachorro que se aproximava, saí dando "boa tarde" para todos os que cruzavam meu caminho...
Incrível como a sensação de liberdade nos invade tão violentamente quando,mesmo que por umas poucas horas,nos libertamos da prisão que impomos a nós próprios...
Distraidamente,virei uma esquina e só lembro de alguém me ajudando a levantar do chão. Levantei disposta a esmurrar a pessoa que acabara de me atropelar com uma bicicleta. Ajeitei minha roupa,limpei meus joelhos e olhei firmemente nos olhos daquele menino que havia me acertado em cheio. Emudeci. Não consegui proferir nenhuma ofensa a ele. Paralisei porque me encantei pelos olhos daquele menino: eram olhos mansos, envoltos por cílios grandes e revoltos. Ele se desculpava pelo acidente, perguntando se eu estava bem, com um sorriso infantil.Eu sorri, disse que estava tudo bem e continuei andando na direção oposta a ele. A certa altura , ambos viramos e olhamos um em direção ao outro e trocamos um sorriso...a garrafa vazia ficou no meio fio.
Levei um arranhão no joelho para a casa e uma impressão forte daquele menininho que não devia ter mais do que 14 anos...
A vida continuou. Tive êxito nos estudos e entrei na Unesp: Desenho Industrial. Os amores, continuaram platônicos e de tanto fugir de algo real e intenso, acabei morando numa torre imaginária a qual ninguém alcançava ou não queria alcançar...
Vez ou outra eu dormia, vez ou outra eu sonhava com um olhar ...
Não terminei o curso de desenho,parei de desenhar . Voltei para São Paulo e arrumei um emprego como escrava moderna numa multinacional. Rotina,rotina,rotina. Já que todas as vidas de todas as gentes são constituídas por rotina, comecei a criar meus rituais solitários para fugir da rotina imposta e entrar no caminho da rotina escolhida...
Passava a maior parte do final de semana sozinha e,assim sendo, meu ritual deveria ser apenas comigo. O primeiro ritual era passear num dos lugares que eu mais curto em Sampa: Avenida Paulista! Não, não era um simples passeio: eu descia do ônibus na altura do número 900 da avenida e caminhava como se estivesse na orla do mar, curtindo cada pessoa que passava ao meu lado, cada luz de carro, cada antena iluminada, cada árvore, cada construção moderna, cada construção antiga...o vão do Masp era um caso à parte: adorava a vista lá de cima!
Num domingo de junho, começo de tarde, aquele friozinho delicioso...saí de casa para cumprir meu ritual...
Levei um livro à tiracolo: Estorvo do Chico Buarque. Desci no ponto de ônibus de sempre, arrumei a gola do casaco e comecei minha caminhada.Na minha cabeça, tocava a música do Aerosmith,Crazy.O vento frio congelava meu nariz e esse mesmo vento invadia meus pulmões como uma renovação, como se trouxesse algo bom só pra mim. Meu momento egoísta, meu olhar sobre todos e tudo, o vento no meu corpo, a música na alma...de repente um esbarrão no meu ombro. Assustei-me, o livro caiu no chão. O garoto responsável pelo esbarrão o pegou para mim...
Nossos olhares se cruzaram: ele pediu desculpas, eu agradeci por ele ter pego o livro.
Andavámos em direções opostas: eu - sentido Consolação-,ele - sentido Brigadeiro.
Demos alguns passos querendo continuar nossos percursos,mas não deu e viramos ao mesmo tempo,caminhamos um em direção ao outro:
_ Desculpe,mas eu não te conheço?
Não acreditei em abordagem tão comum,mas havia algo naqueles olhos que me fizeram parar.
_ Não sei,não sei mesmo. Ultimamente sequer sei se eu me conheço...- sorri pra ele,ele sorriu de volta.
_ Andando rápido,vai trabalhar?
_ Andando rápido pra fugir da rotina...
_ O livro é bom?
_ Deve ser. Ainda não cheguei no fim...o legal é que o personagem principal não tem nome.Pode ser qualquer um,eu que nem sei quem sou e você...você que é quem?
_ Eu? Sou o Fábio. Você que nem sabe quem é,tem nome?
_ Veronica,nos melhores dias...- rimos juntos.
Por um instante, a imagem ao redor das pessoas passando, o Parque Trianon atrás de nós, o Masp à frente...tudo congelou. O mesmo olhar: olhos mansos envoltos por cílios grandes e revoltos. Olhos mansos, profundos que convidavam a um mergulho na alma daquele desconhecido. Olhos castanhos,claros.Sorriso infantil...
_ Estou seguindo meu caminho,cumprindo um ritual. A próxima parada é num café...vem junto?
_ Não sei,posso mudar seu ritual...- sorriu de novo e seu sorriso era radiante.
_ Pode vir. Pode mudar.
Andamos lado a lado, agora sentido Consolação. Conversárvamos sobre amenidades: o frio, a arquitetura dos prédios da Paulista, a cor do céu...
De repente nossas mãos se tocaram e por um segundo senti um esvaziamento de mim mesma, suspendendo minha respiração brevemente. Fiquei tonta, ele enlaçou seu braço sobre meus ombros e me virou de frente a ele.
_ Você está bem?
_ Agora estou...mas fiquei tonta.
_ Eu sei...
_ Você sabe o quê?
Mergulhei profundamente naqueles olhos, ele mergulhou em mim, entrou no meu ritual, entrou no meu caminho, segurou meu rosto...e no momento em que nossos lábios se encontraram com um misto de suavidade e intensidade, eu soube onde era ,finalmente, o meu lugar.
Seu olhar,seu sorriso,seu toque,seu cheiro,sua voz...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ubatuba!!!

Amanhã viajaremos para Ubatuba!!! Amo aquele lugar, acho até que a lua de lá é muito maior e brilhante que a de cá rsrsrsrsrs
Quero cachoeiras,praia,lua,areia no biquíni,batida de maracujá,seu olhar,conchinhas,vento...
Quero ver estrelas cadentes para poder fazer vários pedidos...e quero voltar carregando na mala todos os meus pedidos atendidos rsrsrsrs

Montanha-russa

O ano chegou e as neuras continuam as mesmas...
Preciso de concentração ,em mim...saber o caminho a trilhar, saber se vale a pena trilhar algum caminho por mais singelo que seja.
Ainda não me situei no ano novo,nem na minha vida,nem na vida de ninguém. Estou naquele momento insuportável de montanha-russa: altos e baixos prodigiosos!
Nos "altos" momentos,toda a euforia que existe no Universo parece invadir meu peito...sensação maravilhosa de plenitude e domínio total sobre minha própria vida.
Os "baixos",bom os momentos "baixos" são ndescritíveis...ocos,opacos,frios...denotam a suprema impotência perante a própria vida.
E alguém aí por acaso tem a fórmula para alterar os sentimentos? No meu mundo ideal,existiriam fórmulas químicas acessíveis a todos,independente de sua classe social, e estas fórmulas seriam capazes de transformar qualquer sentimento em outro; por exemplo: amor em amizade, ódio em compaixão,tédio em empolgação,beijo em abraço...rs( para todos valeria o vice-versa rs).
Divagações,apenas divagações que parecem não ter nenhum nexo,porque acho que eu mesma não tenho nexo,lógica ou razão.
Pensamentos que invadem minha louca cabecinha e fazem com que as horas se arrastem e arrastem junto com elas estes altos e baixos da montanha-russa que é viver!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A árvore



Essa árvore surgiu no nosso caminho,num dos últimos dias de 2010...
A forma dela só me faz identificá-la como a Árvore das Possibilidades. Aquelas possibilidades das quais temos medo,aquela possibilidade que a confusão ou as lágrimas não nos deixam enxergar, aquela possibilidade de reencontro conosco,aquela possibilidade de escolher sem ter certeza de nada, a possibilidade de entrega...
Quero que 2011 seja assim: pleno de possibilidades!!!