domingo, 28 de junho de 2015

Dança das Máscaras - Desenconto 4


O que dizer quando a vida te apresenta a oportunidade perfeita para ser quem você é? Ou seja, quando a máscara é permitida e delineada sobre seu rosto, sem censura, sem restrições? Aconteceu,e numa noite cor de laranja...
E tudo era permitido, só que elas ainda não sabiam. E todas as marcas do rosto, seriam enfim cobertas por uma superfície artificial...
Malu se dirigiu ao Umbral, sem qualquer urgência de colar a máscara, seguia leve, sem pretensões. Normalmente carregava seus sonhos, mas sábado à noite pode-se deixá-los em casa apenas para ter uma noite leve e sombreada pelos galhos da árvore de frente. E foi o que fizeram...outros amigos também iriam ao Umbral naquela noite: Eduarda, Rita, Fátima, Clara e Rodney. Já Lilith ansiava por uma máscara, havia sido estimulada pela possibilidade de esconder um pouco seu rosto...não podia e nem queria ser reconhecida pelos aldeões. Carregava seus motivos ocultos, não poderia se arriscar e se expor demasiado...
Encontraram-se nas proximidades do Umbral, quebraram o gelo com alguma conversa , algumas latinhas e risadas. E todos conseguem rir, sobreviventes que são. E seguir o caminho, por onde quiserem e arcando com as consequências. Não são do tipo que se escondem atrás de convenções sociais e religiosas, sobretudo, eles enfrentam seja o que for, esperando que em algum momento a vida lhes abra um sorriso infinito!
E antes da máscara, o que Lilith e Malu viram foram lágrimas dolorosas. Estavam cheias de ver pessoas boas sofrerem, cansadas da estupidez cansativa disso que chamam “amor”. Por isso o refúgio, as máscaras...mesmo estas, não garantem a tal felicidade. Porém, o que importa é que as nuances alaranjadas da noite alcancem suas almas e tragam alívio e uma dose de alegria.
Zion demorou um pouco para chegar, acabou passando algumas horas no Inferno e teve que pedir auxílio para Malu e Clara, que foram resgatá-lo de lá. Voltaram todos, depois de umas duas horas, aparentemente ilesos. Não quiseram comentar nada a respeito do resgate e Lilith resolveu não espreitar muito, colou uma máscara no rosto e manteve a discrição. Mas ela sabia, que nada estava como era antes...
Naquela noite, a névoa que geralmente compunha o ambiente umbralino, não esteve lá em nenhum momento. Lilith estranhou um pouco, mas talvez a bruma tivesse cedido espaço para a protagonista da noite: a máscara! Mas repentinamente, tudo começou a acontecer. Freneticamente as luzes se alteravam, refletindo nas superfícies lustrosas das máscaras e as pessoas dentro do Umbral tinham suas feições e proporções alteradas, como o que nos acontece frente aos espelhos mágicos circenses. Malu , meio assustada com a brusca alteração do ambiente, procurou refúgio na tenda do guardião do Umbral. Ficou lá, protegendo-se daqueles rostos imensos e desfigurados que surgiam, felizmente Miguel sabia exatamente o que fazer para protegê-la. Lilith se misturou aos outros, dançou desfigurada e protegida pela máscara...girava alucinadamente e, começou a ouvir a voz de Davi, que estendia a mão para ela e a envolvia, sob a luz laranja da noite...
Não, jamais elas trocariam a luz laranja pelos raios de sol franzindo seus narizes e olhos...
Acordaram numa choupana isolada, felizes por estavam protegidas da luz do sol. Quando acordaram, Malu e Lilith perceberam que as paredes da humilde habitação eram tomadas por máscaras, desde réplicas africanas até venezianas. De alguma forma, souberam o quão difícil seria se libertarem delas...


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Inferno - Desenconto 3

Uma inquietação quase incontrolável dominava Lilith. A sexta-feira, prenúncio do final de semana, não trazia quaisquer promessas de felicidade. Ela, se sentindo sozinha, sentindo-se acompanhada por pensamentos que deveriam estar mortos, extintos feito os dinossauros.E uma voz interior que ao invés de sussurrar, gritava fazendo eco: ”Como eu mato essa droga de sentimento?”
O distúrbio havia voltado, a sua alma aprisionada queria sair...gastar energia andando entre os cômodos de sua casa na infrutífera tentativa de parar a dor, só conseguia gastar o solado do chinelo. E a cabeça trazia lembranças de cores, cheiros, sons, gostos, flor, traição e...dor. Seria essa a alternativa para sexta-feira à noite?
Saiu pela porta da cozinha, precisava de respiração, de inspiração e então, Lilith seguiu pela trilha que começava no seu quintal e cujo fim, ela jamais conseguira chegar. Afinal, para que antecipar o final ?
Chegando numa clareira, Lilith sentou-se sobre a relva e então, resolveu...
Deveria se agarrar à única possibilidade de companhia que poderia ter naquela noite sufocante. Voltou apressada para sua casa e ligou para Juan. Eles estavam afastados, haviam se relacionado por um tempo, mas não havia acabado bem, nada acaba. Lilith foi suave e bem humorada ao telefone, tinha que manipular a situação a seu favor. Queria sentir-se viva, tinha que sair, senão as paredes de sua casa a sufocariam. Ela pagaria a bebida afinal, só buscava outras palavras, um sopro diferente, risadas bobas na madrugada, sono desperdiçado e o vento batendo em seu rosto. Lilith não podia mais ficar em casa transformando a realidade enquanto lia, escrevia ou sonhava acordada com as letras de um nome cujo significado ela nunca soube qual era.
A conversa ao telefone fluiu tranquilamente, deixando transparecer que ambos haviam reatado a amizade. Ao destino? Caminhariam sob as árvores do caminho, numa noite chuvosa...
Lilith não pensava nada, iriam os dois ao Lago de Lama, ficariam em paz e desfrutando de um bom vinho...poucas palavras seriam proferidas, isso era óbvio, já que Juan era incapaz de demonstrar profundidade em suas elocuções e discorria pessimamente a cerca de seus sentimentos. Chegaram e sentaram-se na margem esquerda do lago. O vento se impunha e apagava as poucas palavras. Outros aldeões foram chegando e eram em sua maioria conhecidos, que se aproximavam de Lilith e Juan, trazendo novas histórias.
Enquanto conversava, Lilith começou a ouvir sua voz interna, só que ao invés de gritar, ouvia-se música “Reminds me of childhood memories/ Where everything was fresh as the bright blue sky”. E sua vista ficou embaçada, ela lacrimejava...talvez, pela forte lufada de vento que trouxe Davi para o lado esquerdo do Lago de Lama e fez com que ele sentasse ao lado dela. Noite despretensiosa até então, a partir daquele momento enevoado, uma súbita empolgação tomou conta de Lilith, ela falava muito e Davi a acompanhava. E de repente eram só os dois a falar...todo o elenco presente, virou figuração. Todos ao léu...
“Where do we go now?”...
Inesperadamente o grupo de aldeões resolveu seguir para outro local, e dado o adiantado da hora, o único portal que encontrariam aberto, seria o do Inferno...
Será que estariam preparados para ultrapassar a barreira do Portal e voltarem de lá com suas almas ilesas? Lilith não sabia, só sabia que queria ir com Davi...e entrar no inferno e, quem sabe, sair de lá íntegra ou completamente modificada. Ela já havia entrado no inferno algumas vezes, mas algo lhe dizia que seria um passo importante a ser dado.
Antes de partirem junto ao grupo de aldeões, Lilith recebeu um chamado telepático de uma amiga que se encontrava sozinha no Umbral. Pediu que Davi e Juan a acompanhassem até lá, para que pudesse resgatar sua amiga e propor que ela seguisse para o inferno junto a eles.
Voltaram sob as mesmas árvores que marcam o caminho até o Lago de Lama, fazendo um pequeno desvio da trilha para que os três chegassem rapidamente até o Umbral e encontrassem Fátima. Lilith ía à frente, revelando o caminho para Davi e Juan. Chegaram e Davi e Lilith foram entrando no Umbral, cumprimentando os conhecidos que cruzavam por eles. Juan preferiu esperar na rua. Fátima logo saiu e ficou ao lado dele, acariciando seus cabelos e conversando num código linguístico que só os dois dominavam.
Repentinamente, os olhares de Lilith e Davi se cruzaram e nada precisou ser dito...já haviam dito quase tudo e agora era hora de se perceberem, então beijaram-se. E uma névoa se formou, ocultando os dois, enquanto se beijavam...
Após minutos que pareceram horas, o pequeno grupo formado pelos quatro amigos, saiu com destino ao Inferno. E como é sabido, o tempo transcorre diferentemente nas zonas que circundam o Inferno, sendo assim, horas pareceram minutos e em poucos passos chegaram ao Portal.
Fátima percebeu que Davi e Lilith saíram diferentes do Umbral, percebeu no ar pesado, a urgência que tinham de estar juntos, mas preferiu não tecer nenhum comentário.
Estavam parados, os quatro em frente ao Portal. Ficaram silenciosos, cada um carregando suas perguntas e medos e, ninguém com coragem suficiente de dar o primeiro passo. Trocaram um olhar silencioso...
O Portal se mantinha fechado, nenhum deles sabia o que fazer ou o que dizer para conseguir acesso. Fátima pensou em soltar um “abra-te sésamo”, mas aí já seria outra história...
O vento uivava na noite, um céu sombrio sem estrelas ou lua...Davi segurou forte a mão de Lilith. De repente, num átimo, o Portal se abriu e uma língua de fogo tragou Lilith e Davi...
Eles ficaram inconscientes por alguns segundos, mas assim que recobraram a consciência, perceberam que estavam envolvidos por fogo sem que se queimassem. Suas roupas sequer ficaram chamuscadas...seus olhos abertos não sentiam o ardor do fogo...e o ambiente era todo iluminado pelas labaredas. Ninguém veio recepcioná-los , levantaram-se e olharam à frente. O que viram era mágico...vários lugares diferentes, dispostos como que dentro de um caleidoscópio que se afunilava em direção ao infinito. Cada local, separado fisicamente do outro por uma barreira energética invisível...e disso eles souberam, porque tentaram caminhar adiante e sofreram o forte impacto em seus corpos. O espaço em que estavam, tinha vários caça-níqueis, lembrando as imagens de cassinos com as quais eles estavam habituados. Sofás dispostos luxuosamente pelo ambiente, cortinas de veludo vermelhas, almofadas espalhadas, garrafas de bebidas dispostas aleatoriamente pelas mesas de vidro que compunham o ambiente. E música, tocava música alta...e envolvidos por Sweet Child o’mine, Lilith e Davi se entregaram à música e dançaram e deixaram que as labaredas consumissem seus corpos. Tudo era fogo, era vapor, era etéreo...e eles se perderam em si próprios, perdendo a consciência e desmaiando no chão gelado do Inferno.
Quando Lilith abriu os olhos, ela se encontrava sentada à mesa de jantar de sua casa, e nos dois sofás da sala, encontravam-se adormecidos Davi e Juan...era sábado, e a noite já invadia o dia...


domingo, 7 de junho de 2015

Armadilha - Desenconto 2

Os dias se passaram, pois eles sempre passam a revelia de nossa vontade. Deixando marcas profundas de quaisquer emoções que se possa conter em qualquer fração de tempo.
O mundo não mudou, nenhum fato marcante à vista...ou a prazo. Mas, elas se apoiavam na amizade que crescia...
Elas ainda não sabiam que depois da noite laranja, jamais voltariam a ser as mesmas. Se melhorariam como os seres humanos padrão almejados pela sociedade hipócrita e vaga que as detinha, só o desgraçado do tempo iria dizer...que ele então, fizesse acontecer.
Aquele quase namoro de Malu, durou uma parte ínfima definida pelas leis de Chronos. Ficaram juntos um tempo, o suficiente para que Malu descobrisse algo estarrecedor sobre ele e que a fez questionar a origem daquele ser. Claro, quando pretendemos conhecer alguém com a finalidade de um envolvimento amoroso, sabemos que existem diversas diferenças ideológicas, sociais, políticas, educacionais, psicológicas e por aí vai. Porém, a realidade com a qual ela se defrontou foi muito mais intensa...
Pois bem, sua descoberta se deu quando ambos estavam prestes a trocar fluídos corporais...em meio àquela confusão de braços, beijos, meias, pernas, cotovelos e afins. Malu mal pôde perceber o início da transformação de seu amado. Estava empolgada, animadinha com o acontecimento, afinal ela é extremamente passional. O clima esquentou, a luz apagou e as mãos deslizavam com afinco. Malu adora bíceps e costas largas...então seus dedos passeavam por estas partes do corpo de Antonio. Em dado momento, a respiração dele se alterou de uma maneira assustadora, Malu recuou, pois ele resfolegava feito um touro violento em vias de atacar sua presa. Ela correu até o interruptor e quando acendeu a luz, amarelada e fraca, constatou que Antonio havia crescido! Cada parte de seu corpo havia expandido de maneira assustadora! Em estatura ele aumentara uns 50 centímetros, mas sua musculatura assumira dimensões faraônicas, sua camisa ficou totalmente dilacerada ao lado da cama e gotas de suor escorriam de sua imensa testa...
Não houve tempo para explicações, Antonio começou a chorar copiosamente e aos soluços, saltou pela janela do hotel e correu desvairadamente, deixando com Malu o pavor e os ruídos de seus pesados passos se afastando.
Malu se sentiu abandonada e, além disso, não conseguia entender o que acontecera ali naquele singelo quarto de hotel. Como? Por quê? O que era Antonio? Olhou ao redor e o que restava no chão, eram os pedaços de sua camiseta dilacerada...apressadamente, vestiu-se, pegou sua bolsa e foi até a casa de Lillith. Precisava entender o que havia acontecido, precisava conversar com sua amiga...e caso nenhuma das duas concluísse absolutamente nada, ao menos ela conseguiria se acalmar.
Lillith morava num bairro afastado do centro, Malu trêmula, procurava se concentrar na direção. Carregava consigo um medo absurdo...o que era aquele ser a quem havia devotado horas preciosas de sua vida? A noite estava escura, a lua não quis testemunhar aqueles fatos sobrenaturais que haviam ocorrido.

Ao chegar na casa de Lillith, as luzes da casa encontravam-se apagadas. Malu quis chorar parada defronte ao portão, mas uma vez que já havia chegado até ali, resolveu tocar a campainha.
Nada. Nenhum som de dentro da casa. Nenhuma luz se acendeu. Nem os cachorros se manifestaram. Droga! Será que o mundo tinha virado ao contrário nessa noite inexplicável? Ia se virando para partir, quando percebeu a porta da frente sendo aberta. Era Lillith, enrolada numa toalha quem vinha correndo abrir o portão.
Malu desabou num choro convulsivo, não conseguia ordenar as ideias e tampouco as palavras. Era um emaranhado de confusão, difícil verbalizar...
Mas havia uma festa, Lillith a levaria para uma festa. Era o aniversário de um amigo querido, um desses seres especiais que ainda não se deu conta que, em meio à massa uniforme da humanidade, se destaca pelo bem...
Sem que Malu conseguisse se esclarecer, partiram para a festa de Pierre; era perto, era confuso, mas foram assim mesmo.
Chegaram numa casa rodeada de árvores, com sacada, com rede, com poucas pessoas. Só os amigos mais íntimos de Pierre. Poucos parentes, poucos amigos...ambiente aconchegante, ou ao menos se transformou em um lugar bem acolhedor, após as bebidas e afins que transformam a noite escura em mistério e contentamento.
E a conversa rolou solta, pessoas muito decentes, papo bom, noite longa, cerveja gelada e afins...Malu não curte “afins”, Lillith curte parcialmente. E havia o andar de cima, Malu atraída pela escadaria em penumbra, subiu os degraus e encontrou alguém que também havia subido, em busca sabe lá do quê. Sem saber o que procuravam, eles se encontraram...
Enquanto isso, na rede da varanda, Lillith falava, ria de si mesma, se perdia em estórias desconexas. Se perder de si mesma era tudo o que ela queria, era tudo de que precisava...e as palavras exerciam esse poder sobre ela, as palavras que a transformavam em quem ela queira através das noites de São Paulo.
De repente Malu desce as escadarias procurando um banheiro, Lillith percebendo sua inquietação a acompanha. Não há portal mais perfeito para as mulheres do que o banheiro, lá todos os segredos são partilhados, todos os planos decifrados, todas as risadas contidas são libertadas...
Mas não era o caso, a noite de mistérios sobrenaturais ainda não havia acabado para Malu...talvez ela estivesse vivendo aquele dia entre o plano terreno e algum outro plano ainda indecifrável para os réles mortais. A pergunta feita para Lillith, à queima roupa era: onde foi parar meu absorvente interno???? Ou seria absorvente etéreo??? Absorver o que, afinal????
Lillith ria, a gargalhadas soltas e aprisionadas no banheiro! Será que ele, o absorvente, havia sido empurrado nas entranhas de Malu? Será que ela o arrancará num rompante de desespero? Mas tudo o que Lillith conseguia fazer era rir enquanto falava das possibilidades. Investigação no nível CSI àquela hora da madrugada e após milhares de cervejas, não seria possível...
Saíram do banheiro tentando conter-se...e a noite tinha que continuar: os papos, as latinhas, os abraços...o vinil na vitrola. Sim! Vinil! E foi fantástico...
A dança na sala praticamente vazia, com olhos fechados que é para intensificar as sensações, que ultimamente são mais importantes do que as emoções, posto que sensações abrandam a alma, emoções podem afundá-la...
E depois, a rede na sacada! O balançar trazendo o vento contra os rostos e palavras; anuviando os olhos, absorvendo as palavras. Mas a conversa nunca acabava, ainda que os maços de cigarro tenham sumido. Talvez, e isso é apenas uma suposição, os cigarros tenham seguido para um universo paralelo junto com o absorvente interno...afinal, numa noite sobrenatural, tudo passa a ser provável.
Talvez amanhecesse, e em meio à conversa da noite inteira, Lillith levanta bruscamente da rede, quase derrubando sua amiga e o amigo da amiga...
Ela sai em busca de um canto no escuro, precisava dormir...
Encontrou também uma companhia perfeita enquanto buscava um espaço disponível: peludinho, de baixa estatura, do tipo que cabe no colo, amarelo, orelhudo e mudo. Malu a aconselhou a subir as escadas...lá em cima seria perfeito para que Lillith seu amiguinho ficassem a sós...
E Lillith subiu: uma mão arrastando seu amigo peludo e a outra tateando o corrimão. Jogou-se no sofá, mas o peludinho não estava bem encaixado nela. Desconfortável!
Havia uma porta aberta, havia uma cama de casal...haviam dois seres enlouquecidos por uma cama! Lillith deitou junto com o Coelhinho de Pelúcia, num encaixe perfeito! Tudo o que queria da noite, ela conseguiu com um bichinho de pelúcia: o abraço perfeito para embalar seu sono...porque os sonhos, melhor deixar para lá.