segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O nascimento da bailarina

Era uma vez uma menina que ...nasceu! Mas, ao nascer,papai e mamãe não quiseram ficar com ela e a disponibilizaram para adoção. Felizmente, a menina-bailarina não precisou morar em nenhum orfanato ,pois foi adotada aos 3 dias de vida.
Ela sempre sonhou muito:acordada e dormindo!
Ela sempre teve muitos medos: principalmente de ser abandonada!
Ela sempre teve também: a proteção da lua!
Sempre teve as bonecas que quis! Sempre criou histórias fascinantes com final feliz! Em seus sonhos,sempre fora amada...

domingo, 30 de outubro de 2011

Forever

Hamlet

"Um sonho é,ele mesmo,apenas uma sombra"
(Ato 2, Cena 2)

"Se não for agora,não será pois.
Se não for depois,tem que ser agora.
Se não for agora,será em um momento qualquer.
Estar pronto é tudo"
(Ato 5,Cena 2)

sábado, 29 de outubro de 2011

A morte da bailarina

Em breve,mais uma história comovente ou ,no mínimo,engraçada! Autobiográfica?Não sei...aguardem que a elaboração está na cabeça,assim como tantos outros grilos!!!

domingo, 23 de outubro de 2011

Mais U2

36 dias...até hoje

Até hoje...e é bom te ver! Confrontar seu sorriso e recebê-lo.Parece que é só meu e em 10 minutos,todo o mundo até que faz certo sentido...por quem somos juntos.
Acho que somos...por enquanto.
Amo encontrar seu abraço e sinto paz quando sua boca encontra um jeito de me beijar a testa ou os ombros...
Podia dar certo,tenho certeza. Tenho toda a certeza do mundo!
Pelo abraço, o espaço físico até existe,mas tratam-se de duas almas que se eoncontraram...acho.
De qualquer forma,me faz bem estar ao lado seu,contanto que minha presenção não te prejudique...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Idas e vindas

Não pretendo em absoluto plagiar o nome do filme "Idas e vindas do amor",mas estou vivendo este fluxo interno. Não é só menstruação, é muito mais que isso :)
Outro dia assisti a um programa no qual cientistas pesquisaram e corroboraram a influência da lua sobre alguns fenômenos: violência, incidência de terremotos etc.
Idas e vindas me lembram as ondas no oceano, as fases lunares,o movimento toráxico ao fluir do ar, esse fluxo incessante entre amar e perder, entre odiar o mundo e se reconciliar com ele...
Será que é preciso cessar o movimento contínuo e expulsar de mim a esperança?
Ainda não decidi ou talvez ainda não tenha coragem para decidir...
Preciso serenar a mente, dormir sem pensar, acordar vendo graça na vida...por nada!
Preciso resgatar todos os motivos que tenho para agradecer minha existência e deixar a série "lamentações" em algum lugar do passado, num fluxo que vá e jamais retorne.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Frio primaveril em Sampa ( em mim?)

Está frio,mas o frio não a de perdurar...pena! Prefiro o vento gelado ao calor escaldante,sempre!
Fico triste,mas não há tristeza que perdure,nem que resista à possibilidade de que você exista em mim...porque existe,simplesmente.
Quando acho que vou sucumbir,renovo.
Não sei de onde vem a força,mas ela vem e me levanta...porque tem dias que sozinha,não conseguiria.
E os dias longos. As horas impenetráveis. Segundos angustiantes. Até o telefone tocar...
Fico absorta. Durmo pesado no sofá da sala. Outro dia nem ouvi a campainha tocar. E se fosse você? Ouviria? Era um vizinho pedindo um balde de água. Pensei em recusar,só para exercitar a maldade,mas não consegui...perdi o jeito de executar as maldades premeditadas...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Meu herói predileto!!!Rorschach


Não é que...

Não é,em absoluto, que a quantidade de alegria seja insuficiente. Em hipótese alguma...a grande questão é que ando carente, ressequida demais e tal qual terra seca, tudo que me caí, absorvo intensamente e acaba rápido!
Tem sido assim,vou catando as alegrias que me aparecem e tento eternizá-las,mas se esvaem rápido demais...
E daí que sigo perambulando pela vida e sei que isso também vai passar...

Integrando:Mito de Sísifo à minha vidinha!

Ok! Vamos ao mito:
Sísifo é reconhecido por ser um dos maiores ofensores aos deuses. Em síntese, ele odiava o irmão e após consultar o oráculo obteve como solução um casamento,do qual os dois filhos gerados o vingariam e matariam seu irmão. A esposa descobriu a trama e matou os filhos. Sísifo foi condenado a viver na terra nos mortos e empurrar eternamente uma pedra até o cume de uma montanha, de onde ela rolaria abaixo novamente.

Essa pedra que ele empurra eternamente, minha pedra. Maldição? Não sei se com meus desabafos cheguei a revoltar deuses...se ofendi,sinto muito,mas na vida às vezes é bem cansativo empurrar esta pedra,sem obter como respostas algo além de pequenos prazeres...

Pesada a pedra,viu? Empurro pela teimosia, pelo inconformismo, pela não desistência...
Empurro pelo ressentimento, o abandono, a solidão, o amor não correspondido...
Ela desce de volta...explode em mim a impotência,então volto a empurrar sem muita motivação, simplesmente porque me acostumei a isso. Não tenho mais admirado o céu, nem flores, nem aquelas borboletas que insistem em cruzar meu caminho.
Empurro a pedra e xingo! E chuto a pedra...e ela retorna ao ponto de partida.
Estou tão cansada! Mas a desistência não é parte de quem sou! Empurro e a paisagem ao redor não muda. Empurro os pensamentos que me trazem você. Empurro a esperança...quero que ela caia no abismo do esquecimento,mas a pedra volta ao ponto de origem.

Mais Martha Medeiros...

Saudade eu tenho do que não nos coube. Lamento apenas o desconhecimento daquilo que não deu tempo de repartir, você não saboreou meu suor, eu não lhe provei as lágrimas. É no líquido que somos desvendados. No gosto das coisas o amor se reconhece. O meu pior e o seu melhor, ficaram sem ser apresentados.

Martha Medeiros.

(Cartas Extraviadas)


Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.


(Martha Medeiros)

Despedida

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.

(Martha Medeiros)

domingo, 16 de outubro de 2011

Carta para você não ler IV

Não imaginei que num intervalo de 29 dias, tantos pensamentos e constatações pudessem vir à tona...
A sensação é de que eu estava mergulhada,sem respirar,num oceano de ilusões que eu criei e tratei de alimentar sozinha. De verdade,você nunca esteve dentro. Quem esteve foi o cara que eu criei, aquele do qual eu peguei cada olhar,cada sorriso,cada frase e transformei no ideal que tornaria esse amor viável.
29 dias sem que VOCÊ permita que eu te veja. 29 dias e você me negou por três vezes...e eu juro,nem tenho vocação para Jesus Cristo. 29 dias e sou eu o alvo de sua indiferença. 29 dias e me pergunto se de tudo o que foi, o que vai ficar é apenas uma ligação telefônica ocasional e assuntos superficiais. 29 dias e espero que você seja feliz,por no mínimo,29 anos...
Quando te conheci, achei que finalmente a minha crença no amor tivesse encontrado uma correspondência no mundo real:era você!
Mas, 29 dias de afastamento me fazem ver que não sou eu,nunca fui. Pena que você tenha se acovardado e nunca tenha me falado toda a verdade. Aquelas verdades feitas para desmanchar ilusões,sabe?
Agora tudo fica bem claro: era eu que te procurava, era eu quem ligava,era eu e apenas eu que me expunha. Mea culpa! Você não prometia nada,mas eu queria você por perto e me submeti...
Você foi a minha última tentativa, minha única esperança no amor; sobreviverei a mais esta cilada da vida,mesmo estando em carne viva. Mas quem se importa? Eu sou forte,independente,né? Eu não preciso de você,né? Quem sabe se eu precisasse mais, você ficasse,né? Só te amo...por enquanto. Mas aquilo que não se alimenta,morre.
Lembra que eu tinha medo do "apagamento"? Você deu o primeiro passo...está apagando. Logo nem lembraremos um do outro,por sua escolha. E se carregar culpa te apraz tanto, essa será totalmente sua...
Não, não questiono a sinceridade de seus sentimentos, por uns dois meses acho que foi real. Mas agora? Não dá para acreditar que alguém que hipoteticamente fosse apaixonado por outra pessoa, pudesse ficar longe sem nada fazer...
Por causa da culpa,né? A culpa que é alimentada por você perseguir uma imagem de "homem ideal"? Você podia perceber, a tempo ou não, que você não é perfeito, até porque ninguém é...e a graça disso tudo é ser amado,inclusive,quando não se é perfeito! Ok, acontece que eu não preciso de você...amor é secundário, entendi! Eu entendo tudo muito bem, só não gosto de sofrer pela sua falta.
Engraçado é ter a consciência de que você nunca lerá o que aqui escrevo. Escrevo para mim! Na tentativa voraz de não te amar mais. Procuro motivos para alimentar a decepção ,a mágoa, o ressentimento...e aos poucos ou velozmente, sei que consigo. Mas, é lamentável o que vem a seguir...

Sem mentira - Fábio Góes



Sempre pior,mas sem mentira...ótimo Fábio Góes!!!

Amor na lanterna - Fábio Góes




Porque o negócio é simples: só tocar o plano em frente...e deixar para trás os que se querem para trás!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Veteranos de Guerra por Martha Medeiros

Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes

Outro dia li o comentário de alguém que dizia que o casamento é uma armadilha: fácil de entrar e difícil de sair. Como na guerra.

Aí fiquei lembrando dos desfiles de veteranos de guerra que a gente vê em filmes americanos, homens uniformizados em suas cadeiras-de-roda apresentando suas medalhas e também suas amputações. Se o amor e a guerra se assemelham, poderíamos imaginar também um desfile de mulheres sobreviventes desse embate no qual todo mundo quer entrar e poucos conseguem sair – ilesos. Não se perde uma perna ou braço, mas muitos perdem o juízo e alguns até a fé.

Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes. Todos. Há inclusive os que trazem marcas imperceptíveis a olho nu, pois não são sobreviventes do que lhes aconteceu, e sim do que não lhes aconteceu: sobreviveram à irrealização de seus sonhos, que é algo que machuca muito mais. São os veteranos da solidão.(grifo meu e agradecimentos a quem contribuiu para esta minha constatação!!!)

Há aqueles que viveram um amor de juventude que terminou cedo demais, seja por pressa, inexperiência ou imaturidade. Casam-se, depois, com outra pessoa, constituem família e são felizes, mas dói uma ausência do passado, aquela pequena batalha perdida.

Há os que amaram uma vez em silêncio, sem se declararem, e trazem dentro do peito essa granada que não foi detonada. Há os que se declararam e foram rejeitados, e a granada estraçalhou tudo por dentro, mesmo que ninguém tenha notado. E há os que viveram amores ardentes, explosivos, computando vitórias e derrotas diárias: saem com talhos na alma, porém mais fortes do que antes.

Há os que preferem não se arriscar: mantêm-se na mesma trincheira sem se mover, escondidos da guerra, mas ela os alcança, sorrateira, e lhes apresenta um espelho para que vejam suas rugas e seu olhar opaco, as marcas precoces que surgem nos que, por medo de se ferir, optaram por não viver.

Há os que têm a sorte de um amor tranquilo: foram convocados para serem os enfermeiros do acampamento, os motoristas da tropa, estão ali para servir e não para brigar na linha de frente, e sobrevivem sem nem uma unha quebrada, mas desfilam mesmo assim, vitoriosos, porque foram imprescindíveis ao limpar o sangue dos outros.

Há os que sofrem quando a guerra acaba, pois ao menos tinham um ideal, e agora não sabem o que fazer com um futuro de paz.

Há os que se apaixonam por seus inimigos. A esses, o céu e o inferno estão prometidos.

E há os que não resistem até o final da história: morrem durante a luta e viram memória.

Todos são convocados quando jovens. Mas é no desfile final que se saberá quem conquistou medalhas por bravura e conseguiu, em meio ao caos, às neuras e às mutilações, manter o coração ainda batendo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Telefonema

_ Oi! Você está bem?
(Voz de quem está super animada e feliz!)
_ Estou melhor agora! Morrendo de saudades e marcando os dias no calendário como prisioneira...
_ Tirando a saudade,como está?
(Voz de quem fala a verdade!)
_ O que fica tirando a saudade?

As vozes na minha cabeça:"O abandono, as noites em claro,a falta sua que é só minha, a sensação de injustiça ( porque ser trocada por alguém melhor,até vai...), descaso,desamor,solidão...fica isso! Mas isso,eu não sei partilhar,porque seria injusto...vou sentir todo esse turbilhão,até acabar. O medo é de que não reste nada..."

domingo, 9 de outubro de 2011

Tirania divina

Sério,acredito em Deus. Mas não, não sou filha submissa que acata todas as mudanças das peças de xadrez ( nós), que talvez Ele exerça, a seu belprazer...
Religiões existem! Sim ,apenas para que os mais espertos e ansiosos possam ganhar grandes somas em dinheiro,exerçam a dominação sobre outro...aquele outro que carrega a culpa e precisa ser premiado se seguir à risca a "cartilha". Se não seguir e se for feliz: egoísmo!!!
Não chego a ser infeliz,nem chego a ser triste.Chego a momentos de profunda infelicidade e vazio! Chego em momentos que parecem não querer passar. Procuro minhas próprias culpas.Não preciso que ninguém me aponte erros e acertos...sei me autoanalisar!
Saco muito cheio!!! Por que não pra mim? Por que não comigo? Qual é o problema, se Você deve ter me criado?
O engraçado é observar que a maioria das pessoas,se hoje morrerem,terão uma história de amor "real" para recordar no "além vida"...eu, o que terei? Comédia...

A mulher independente

Estava autografando meu livro na Feira quando uma senhora alta, elegante, já bem madura, chegou sorridente pra mim e disse: Te acho uma mulher fenomenal. Eu, toda sorrisos, tomei o livro que ela tinha em mãos e me preparei para escrever uma dedicatória bem carinhosa. Ela então complementou: Mas eu não queria ser casada contigo tu és muito independente!.

Concluí a dedicatória, agradeci a gentil presença dela, enquanto que meu coração começou a bater de forma mais lenta. "O que estou sentindo?", perguntei a mim mesma, em silêncio. Tristeza, respondi a mim mesma, em silêncio, enquanto a próxima pessoa da fila se aproximava.

Em que eu seria mais independente do que qualquer outra mulher? Quase todas as que conheço trabalham, ganham seu próprio sustento, defendem suas opiniões e votam em seus próprios candidatos. Algumas não gostam de ir ao cinema sozinha, já eu não me importo. Poucas moraram sozinhas antes de casar, eu morei. Quase nenhuma, que eu lembre, viajou sozinha, eu já. E nisso consta toda minha independência, o que não me parece suficiente para assustar ninguém.

Fico imaginando que essa tal "mulher independente", aos olhos dos outros, pareça ser uma pessoa que nunca precise de ninguém, que nunca peça apoio, que jamais chore, que não tenha dúvidas, que não valorize um cafuné. Enfim, um bloco de cimento.

Quando eu comecei a ter idade pra sonhar com independência, passei a ler afoitamente os livros de Marina Colasanti – foram eles que me ensinaram a importância de abrir mão de tutelas e a se colocar na vida com uma postura própria, autônoma, mas nem por isso menos amorosa e sensível. Independência nada mais é do que ter poder de escolha. Conceder-se a liberdade de ir e vir, atendendo suas necessidades e vontades próprias, mas sem dispensar a magia de se viver um grande amor. Independência não é sinônimo de solidão. É sinônimo de honestidade: estou onde quero, com quem quero, porque quero.

Sobre a questão da independência afugentar os homens, Marina Colasanti brincava: "Se isso for verdade, então ficarão longe de nós os competitivos, os que sonham com mulheres submissas, os que não são muito seguros de si. Que ótima triagem".

Infelizmente, a ameaça que aquela senhora acredita que as independentes representam não é um pensamento arcaico: no aqui e agora ainda há quem acredite que ser um bibelô (ou fazer-se de) tem lá suas vantagens. Eu não vejo quais. Acredito que a independência feminina é estimulante, alegre, desafiadora, vital, enfim, uma qualidade que promove movimentação e avanço à sociedade como um todo e aos familiares e amigos em particular. "Eu preciso de você" talvez seja uma frase que os homens estejam escutando pouco de nós, e isso talvez lhes esteja fazendo falta. Por outro lado, nunca o "eu amo você" foi pronunciado com tanta verdade.

Martha Medeiros

Ok! Acho que para você é mais importante ser "precisado" pela manipuladora-master! E eu ? Sinto muito,mas eu "só" te amo!

Fade to black

Essa implacável e imprevisível senhora,chamada memória,acaba de me levar há alguns anos...dentro do quarto que partilhava com minha vó e que tinha pichações na lateral da tela de proteção da janela: "Fade to black" e "E não tem pepsi-cola que sacie o sabor do teu beijo".
Incrível o que a memória é capaz de descortinar e angustiar...
Muitas vezes,ouvi a música Fade to black,no escuro do meu quarto...simplesmente querendo sumir no escuro! E o beijo que não quis chegar,ficou lá,estampado na tela.
Só que o escuro vencia sempre! E eram intermináveis os momentos de solidão com o Metallica ao fundo...
E eu não saia da escuridão! Eu esperava ser retirada de lá...porque o beijo almejado,continuava lá,escirto em letras garrafais!
Angústia:tanto tempo decorrido e a sensação de "fade to black" tão incisiva,tão cortante...
Capaz de me guardar no quarto,junto com as incertezas que permeiam a escuridão,porque pode haver um pôr-do-sol que valha a pena!
Sad but true!!!!


Clarice...

Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico..." (Clarice Lispector)

O guarda-chuva

Aproximadamente aos sete anos,me apaixonei por um objeto inusitado a uma criança: guarda-chuva transparente!
Era incrível vincular a imagem da chuva e imaginar as gotas escorrendo sobre a superfície do guarda-chuva transparente...a cairem!
O engraçado é que eu já era dotada da inata capacidade de "estocar" meus desejos,dentro de mim,sem partilhá-los com ninguém mais...
A vontade de ter o "guarda-chuva transparente" jamais se acabou,continua latente ,com o pequeno acréscimo de uma singela "borda cor-de-rosa".
O que significa este querer?

Outubro de 2010

Chovia forte,como hoje...forte e fino, tem como entender?
Eu passei pelo lugar no qual acabara de te conhecer;onde suponho haver te salvado,onde seguramente me salvei...
Chovia...e eu não esperava mais nenhuma gentileza.Nem de você;nem do mundo. Achei que, tal qual tantas vezes acontecera, meu "destino" seriam os passos solitários tentando escapar de poças d'água e a chuva a escorrer pelo meu rosto...
Lembra que você me ofereceu o guarda-chuva? Não era o transparente. Este é de cabo, tecido florido,cabo forrado de tecido florido...
Era só um objeto? Não...ele é proteção (suposta),conforto...e gentileza! Se fazia o primeiro elo! Era a certeza perante a instabilidade do tempo, a certeza de que seria minha a proteção perante quaisquer intempéries...Para sempre? Para sempre,enquanto chovesse...
Ainda guardo o guarda-chuva e tudo o que ele representa pra mim.Ele está com uma vareta quebrando,mas vou consertá-lo.Sabe por quê? No meu estoque de sentimentos, ele, este mero objeto,carrega a promessa...
Às vezes sou acometida pela dúvida de ter entendido tudo errado, impressão de que baguncei as letras e decodifiquei tudo errado! Mas o olhar mostrava outra coisa...ou era eu que insistia em enxergar o que jamais existiu?
Será que para mim não há nada além da simples aceitação de que sou eu a "escolhida" para caminhar sozinha sob a chuva?
Juro...precisava saber os porquês! Precisava ...
Afinal, devia ser eu! Eu possuo o tão almejado guarda-chuva...

Educação para o divórcio

Estou lendo O Quebra-cabeça da Sexualidade, do professor espanhol José Antonio Marina. No livro, o autor diz que considera preocupante que os jovens estejam recebendo dos pais a experiência do fracasso amoroso. Ao ver a quantidade de casais que se separam, a garotada vai perdendo a expectativa de ter, no futuro, uma relação saudável e sem conflito. Desencantam-se.

Creio que esteja acontecendo mesmo. Hoje o casamento já não é a ambição número 1 de muitos adolescentes, e um pouco disso se deve à descrença de que o matrimônio seja uma via para a felicidade. Se fosse, por que tanta gente se separaria?

O casamento tem sofrido tanta propaganda negativa que é preciso uma reação da sociedade: está na hora de passarmos a idéia, para nossos filhos, de que uma relação não traz apenas privações, tédio e brigas, mas traz também muita realização, estabilidade, parceria, intimidade, gratificações. Casar é muito bom. Como fazê-los acreditar nisso, se as estatísticas apontam um crescimento incessante no número de divórcios?

A saída talvez seja educarmos os filhos desde cedo para que a idéia de separação seja acatada como algo que faz parte do casamento. Ou seja, quando os pirralhinhos perguntarem: “Mamãe, você ficará casada com o papai para sempre?”, a resposta pode ser: “Enquanto a gente se amar, continuaremos juntos – senão vamos virar amigos, o que também é muito bom”.

Isso pode parecer chocante para quem jurou na frente do padre que iria ficar casado até o fim dos dias, mas há que se rever certas fórmulas – a começar por esse juramento que mais parece uma punição do que um ideal romântico. Está na hora de um pouco de realismo: hoje vivemos bem mais do que antigamente, com mais informação e mais oportunidades. Deve ser bastante confortável e satisfatório ficar casado com a mesma pessoa por 40 ou 50 anos, é um bonito projeto de vida, mas se a relação durar apenas 10 ou 15, é bom que a gurizada saiba: não é um fiasco. É normal.

A normalidade das coisas se adapta aos costumes. Vagarosamente, mas se adapta. Se continuarmos insistindo na idéia de que o verdadeiro amor não acaba, as crianças vão achar que o mundo adulto é habitado por incompetentes que não sabem procurar sua alma gêmea e que sofrem em demasia. Vão querer isso para elas? Fora de cogitação.

Pra evitar essa fuga em massa do casamento, a saída é, como sempre, a honestidade. Seguir educando para o “eterno” é uma incongruência. Ninguém fica no mesmo emprego para sempre, ninguém mora na mesma rua para sempre, ninguém pode prometer uma estabilidade vitalícia em relação a nada, e se a maioria das mudanças é considerada uma evolução, um aperfeiçoamento, por que o casamento não pode ser visto dessa mesma forma descomplicada e sem estresse?

A frustração sempre é gerada por expectativas que não se realizam. Se nossos filhos ainda são criados com a idéia de que pai e mãe viverão juntos para sempre, uma separação sempre será mais traumática e eles também temerão “fracassar” quando chegar a vez deles. Se, ao contrário, souberem desde cedo que adultos podem (não é obrigatório!) viver duas ou três relações estáveis durante uma vida, essa nova ética dos relacionamentos será absorvida de forma mais tranqüila e eles seguirão entusiasmados pelo amor, que é o que precisa ser mantido, em benefício da saúde emocional de todos nós.

Martha Medeiros

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sinceramente

Olha,acho que deveria ser instântaneo: pronto,acabou!
Porque ficar carregando essa expectativa que se frustra dia a dia,pesa nos ombros, é penoso à alma...
Acordar e não ter quem se quer a seu lado, tenho cá em minha parca experiência,que é a pior sensação que o ser humano pode ter. Dor física? Juro!Nem dói tanto...
Tem dias que tudo te distrai,pelo simples motivo de você se recusar a olhar para dentro...
Tem dias que anula-se sua racionalidade e tudo o que tem,que tenho, é a busca desenfreada pelo seu olhar,que dentro do meu olhar,ainda me olha e me quer!
A minha recusa consiste em não abrir mão de quem eu sou,mesmo que eu sofra. Continuo no caminho,com ou sem você.
Talvez eu te cause medo,daqueles inadímissiveis. Medo que eu não "precise" de você;porque de verdade, não preciso! Simples e sinceramente, apenas amo você!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Produção Textual do meu aluno - Jonathan

Sou feito professora-coruja! Adorei o texto produzido pelo meu aluno,portanto,mediante autorização dele,vou reproduzí-lo cá! Expliquei o conceito de intertextualidade e o resto foi por conta dele...

Havia,numa cidadezinha chamada Next Ville, uma menina muito gata. A mãe era rica e a avó era pobre. A mãe,como era muito rica, mandou fazer um pequeno capuz vermelho da Colcci,que ficava maneiro na garota. Por causa disso, a menina era chamada na cidadezinha de Paty Chapeuzinho Vermelho.
Um dia,sua mãe preparou uma lasanha muito gostosa para mandar para a avó da menina. E disse para ela:
_ Vai lá na casa de sua avó e entregue essa lasanha que eu havia prometido à ela.
A Paty do Chapeuzinho Vermelho saiu em seguida,pegou sua hornet para ir à casa de sua avó, que morava a dois quarteirões de sua casa.
Quando parou no sinal, ela encontrou o Lobo Motoboy,que teve logo vontade de roubá-la. Mas não teve coragem porque a avenida estava muito movimentada.
O Lobo Motoboy pergunto onde ela iria. A garota, de nada desconfiava,respondeu:
_ Eu vou na casa da minha avó,levar uma gostosa lasanha que minha mãe mandou.
O Lobo Motoboy perguntou:
_ Ela mora muito longe daqui?
Ela respondeu:
_ Ah! Mora sim! Sabe aquele Açaí na avenida principal? Então, não é lá. É na rua de trás, da pastelaria de dona Josefa.
_ Ah sim...- respondeu o Lobo Motoboy- Eu vou também,porque eu vou fazer uma entrega naquela rua.Eu vou por esta rua e você vai pela avenida. Vamos ver quem chega lá primeiro?
Ela respondeu:
_ Demorô!
O Lobo Motoboy ligou sua Bis e meteu marcha. A garota foi pelo caminho mais longo, se distraindo com as lojas de roupas.
O Lobo Motoboy não levou muito tempo para chegar à casa da avó. Tocou a campainha:ding,dong.
A vovozinha perguntou:
_ Quem está aí?
O Lobo Motoboy respondeu:
_ É sua neta,a Paty do Chapeuzinho Vermelho - disse o Lobo mudando a voz.
_ Eu lhe trouxe uma lasanha muito gostosa que minha mãe preparou há pouco.
A vovozinha,que estava na maior fome,gritou:
_ Tem uma chave debaixo do tapete,entre.
O Lobo Motoboy levantou o tapete,pegou a chave e abriu a porta. Pegou a vovozinha a amarrou e colocou-a no porão. Em seguida, fechou a porta e foi se deitar,cobriu-se com o edredom de pele de panda autografado pelo Jonas Brothers. Meia hora depois, ouviu-se o ronco da moto. Era Paty do Chapeuzinho Vermelho. Ela tocou a campainha:ding,dong.
_ É sua neta, Paty do Chapeuzinho Vermelho, que traz uma lasanha suculenta que minha mãe mandou.
O Lobo Motoboy gritou para ela,afinando a voz:
_ Abra a porta,está encostada!
Paty do Chapeuzinho Vermelho empurrou a porta e entrou.
O Lobo Motoboy,viu que ela tinha entrado,se escondeu na cama,debaixo do edredom, e falou:
_ Coloque a lasanha em cima da mesa e venha para o quarto se deitar um pouco comigo.
A garota tirou o vestido que estava usando e foi para a cama,ficando espantada de ver como sua avó estava muito diferente do natural. Disse para ela:
_ Minha avó, como você tem braços grandes!
_ É muita academia,minha filha!
_ Minha avó,como você tem pernas grandes!
_ É pra fugir melhor,minha filha!
_ Minha avó,como você tem orelhas grandes!
_ É pra ouvir melhor,minha filha!
_ Minha avó,como você tem olhos grandes!
_ Ah minha filha,depois que eu coloco o "juliet",ninguém nota.
_ Minha avó, o que é isso pesado aqui?
_ É meu revólver,agora mãos para trás.
O Lobo Motoboy amarrou-a e colocou-a no porão junto com a avó.
Depois de ter devorado a lasanha,o Lobo Motoboy pegou algumas dinamites,espalhou pela casa da vovozinha e saiu com a moto da Paty do Chapeuzinho Vermelho.
Olhando para trás,com aquela cena da casa indo para os ares, o Lobo Motoboy começou a rir, E foi embora feliz!

Autor: Jonathan Lourenço ( 9º ano)

P.S.: Além de muita criatividade, o Jonathan merece parabéns ,pois diferencia discurso direto e indireto;sabe a diferença entre "há" e "a";sabe usar onomatopeia;usa bem pronomes oblíquos;usa corretamente as vírgulas;sabe usar crase...e ainda por cima me explicou o que é "hornet"e"juliet"!!!
Tem futuro o garoto,né?

domingo, 2 de outubro de 2011

Céu azul e rosa


A impressão que me dava enquanto caminhava entre paralelepípedos é que o céu testemunhava minha solidão...
Olhei tanto para o chão que, quando levantei o olhar ao horizonte, me surpreendi com as cores que pintavam o céu: azul, rosa...
Deu vontade de respirar, de ficar leve, de absorver a beleza da atmosfera e...sorvi o ar! Parei e percebi a árvore que se delineava entre meus olhos e o céu; minha árvore,sua,nossa?
Senti uma certeza que é só minha...que está dentro de mim...que não sai junto com as lágrimas. Não precisa saber,ninguém precisa.Basta que eu saiba...

sábado, 1 de outubro de 2011

Pode ser que seja...hoje!


Então é isso.Um calor africano de dia e garoa na noite de Sampa.Tem problema não,vamos pra noite ver o que ela nos reserva,se é que reserva alguma coisa rs.
Vamos lá, vou espairecer e esquecer o lugar onde eu gostaria de estar para estar no lugar que estou!!!
Aproveitar o visual novo que,segundo minha mãe, me deixou com cara de "17 anos"...
Aproveitar e ver a vida que corre nas veias da cidade e não dá espaço para quem fica parado. Sinceramente, não posso me deixar relegada a segundo plano. Que outra pessoa negligencie meu sentimento,vá lá;mas não tenho o direito de fazer isso comigo. Então,vou lá fora na garoa,ver o que há para ser visto!

1º de julho

Devia ser tudo atemporal...sem nos prendermos muito à urgência de resolver problemas medíocres,quem sabe sobrasse mais espaço para sermos quem somos,de verdade!
Tanto faz 1º de julho, de agosto,de setembro de outubro...é "mais do mesmo". Mais esperanças,algumas frustrações,alegria,tristeza,som e fúria...
Sou a fúria,assumes o papel de som???
Sou a fúria e inconformismo de termos que abrir mão de algo tão bom,em detrimento de outrem...
Fúria que beira o abismo e quer se lançar,plainando sem saber onde vai cair...
Fúria que imagina uma cena de luta digna de Street Fighter,onde dou um chute certeiro na cara de minha oponente, a lutadora de sumô...rsrsrsrs
As mudanças começaram...peguem os tíquetes do trem,pois ele está prestes a partir...