sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ruínas...

Há uma música ecoando em minha cabeça, hoje, ontem, nos últimos dias que antecederam hoje...rsrsrsrsrs. É uma música da banda Zero, fizeram sucesso nos anos 80...chama-se A luta e o prazer, e a parte que insiste em invadir meu cabeção é a seguinte:” Não há mais lugar pra quem quer viver um grande amor...”. Seria esta frase uma verdade absoluta?Absolutamente pessimista?
Pois é,por mais que eu entrave uma luta constante contra o pessimismo, tem hora que não dá para ser Poliana e achar que o céu possui tons róseos. Ninguém quer viver um grande amor...e quem quer, fica com vergonha de se expor e ser humilhado. Os valores deturpados colocam em primeiro plano a questão do “ter”.Eis o verbo mais empregado em nossa geração:”Tenha bons estudos”,”Tenha um bom emprego”,”Tenha um alto salário”,”Tenha 300 pares de sapatos”,”Tenha a beleza exterior e pague o que for necessário para adquirí-la”. E o verbo “ser”???Tá certo que trata-se de um verbo irregular,mas não é por este motivo que devemos banalizar o que há de mais precioso em pertencer à humanidade: a capacidade de amar e de sermos seres completos!
Tem dias em que gosto de fechar os olhos e buscar em alguns momentos passados, toda aquela sensação gostosa de quem quer se apaixonar, de quem ainda é capaz de ver graça em olhar a lua, de quem gosta de assistir a um filme pensando em alguém especial, de quem sente-se surpreendida por atitudes amorosas de um outro ser...
Plano das ideias...muito longe. A verdade toda é que a verdade massacra e quando percebo, apenas me locomovo de um lugar para outro sem expectativas, sem lembranças, sem amor, sem inspiração, sem a lua...
Parece que pertencemos a uma humanidade em ruínas.O ser humano sofre de ansiedade,pois anseia por bens materiais além do imaginável. É incapaz de se entregar para não parecer fraco perante os amigos. Capaz de matar ,por não aceitar o simples fato de que a parceira ou parceiro não querem mais a relação. O medo nos tem travado .Não queremos envelhecer, não queremos nos declarar ( apenas para não parecermos ridículos).
Sinto-me confortada ao constatar através de fatos históricos que, após as ruínas e destruições causadas pelas guerras, os territórios afetados se reerguem mais fortes!Estamos em ruínas, mas sobreviveremos!
“...mas se o amor quiser chegar, sem pedir licença. Nos brindar, com sua presença. Você vai lembrar de alguém que cantou há muito tempo essa canção”.

2 comentários:

  1. É... Aos 30 o ser humano quer "ter". Aos 70, quando já "tem", quer "ser", mas muitas vezes é tarde demais para isso... E aí ele se dá conta de todo o tempo que perdeu com coisas que vai deixar para pessoas que sequer se importam com o que ele sente...

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  2. O pior é quando aos 70, o fulano ou fulana tem síndrome de Suzana Vieira e querem ter garotões e a beleza plástica dos seres inexistentes...rs

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