terça-feira, 11 de agosto de 2015

Bairro nobre ( Uspniana!!!)

Existem muitos bairros, muitos barros, muitos barracos, suas escadas e ...uma certa casa branca.
Esta casa branca estava localizada num bairro nobre da cidade de São Paulo e a nobreza desenhava pelas ruas arborizadas, muros altos e imponentes, com ventos que passeavam brincando com folhas pelas calçadas.
Algumas árvores enfileiradas nas calçadas formavam silhuetas assombrosas ao cair da noite, seriam capazes de assustar o mais cético dentre os homens. Havia uma paisagem rara e cara comprada pelos moradores do bairro nobre: havia pássaros, céu azul e portões ornamentados. Folhas secas no chão, um certo ar mórbido e...a tal casinha branca.
Por vezes, porém muito raramente, podia-se ouvir vozes infantis que escapavam por sobre os muros de 3 metros da escola tradicionalmente cara e renomada e havia cadência militar nas brincadeiras infantis.
A casa branca ficava dentre outros tantos muros brancos, uns ostentavam vegetações, outros pichações. Essa casa não era tão grande quanto as demais, era sustentada por um imenso terreno, cheio de vento e folhas secas espalhadas por sua extensão de terra batida e cimento.
Apesar de meu parco conhecimento em arquitetura, poderia facilmente supor que a casa teria no máximo três quartos , sala,copa,cozinha,uns dois banheiros. Úmida, perderia o valor de mercado.
Ninguém sabia quem morava na casa branca , ninguém queria saber...cada um que arcasse com sua própria vida desmoronada, sem importância. Quintal sem cachorro. Sem gato, sem rato,sem sapo, nenhum sapato. Não havia luzes, nem sombras...só paredes extremamente brancas.
Quatro moradores,quatro homens-mulheres,mulheres-homens. Quatro enquadrados em quatro paredes brancas. Cada face, cada pseudo pessoa, cada sombra personificada dentro de um mesmo espaço vazio; cada ser de frente a cada parede. Precisamente, no meio de cada parede branca havia a imposição de um rosto, um morador , a sombra. Cada face com um nariz grudado na parede.
Olhos eternamente fechados de tanto ver o branco, nada ver. Seriam os corpo, almas? Que almas viveriam num quarto entre quatro paredes brancas?
Numa tarde fria de inferno, o vizinho e morador da casa azul, sentiu um cheiro vermelho...
Invadiram a casa branca, arrombando quatro portas brancas...um quarto de sangue espalhado pelas quatro paredes. Manchas vermelhas...

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