sábado, 12 de maio de 2012

Cupido vesgo ou caolho

Penso com ironia na vida e vejo lá fora a lua,que me espreita solitária,dentro da minha solidão...
No rádio,toca Terra de Gigantes do Engenheiros do Hawaí, e nada substancial me fala, só a parte que diz que "o mundo todo é uma ilha...há milhas e milhas e milhas".
O céu continua exibindo seu sorriso radiante personificado através da lua minguante. Que ironia! Não consigo enxergar as estrelas que a mim, figurariam as lágrimas que permeiam a realidade, as lágrimas solidárias que rolariam também, na face da noite...mas a noite, indiferente, sorri! Sorriem os felizes casais apaixonados sob a luz do luar,sorriem os que tiveram a sorte de contar com um Cupido que não fosse vesgo ou caolho.
Será que temos um Cupido pessoal? Assim com os anjos da guarda, cada casal em potencial, teria um fiel escudeiro ( ou seria flecheiro???) para dar uma mãozinha ao amor? Se assim for, o meu Cupido só ferra comigo...só flechada desencontrada. E nesse ínterim,quem fica toda perfurada,feito peneira,sou "euzinha".
Pobre Cupido meu! Até tenta! Só que a abençoada flecha que deveria atingir o meu coração e o de outro ser "em potencial", atinge só o meu. Um arregaço...
Assim que a ponta da flecha entra, nem dói. Invade o peito uma euforia, alegria, esperança...talvez o tal amor amenize algumas dores pertinentes à viver. De repente, faz-se luz e esperança!
No entanto, a flecha sozinha no peito, rompe artérias e dilacera o amor. Depois a flecha caí e fica só um resto de coração,com um imenso buraco, através do qual se esvai todo o sonho...daí a dor entra, e toma-se consciência que não fomos parte dos planos de ninguém mais.
Então, viver passa a ser uma sequência insólita de acordar/dormir sem sentido, sem rumo, sem querer...viver.

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