sábado, 27 de agosto de 2011

Contagem regressiva - Dia 16

Estou partida,sem querer partir,sendo obrigada a fazê-lo,porque sei que deve ser o melhor pra mim...
Bem devagarinho...calmamente que é pra não destruir nada,nem ninguém...
Sentimentos paradoxais...acho que não deveria ser assim,mas eu acho tanta coisa ao mesmo tempo.
Deve haver um ponto onde seja só plenitude,satisfação,riso interno!

Deixo que Lygia fale um pouco ou mais por mim...que minha voz também está cansando...

15 de setembro


Se a vida estiver lá fora, nessas vozes que desdenhei? E se o desvio da minha rota foi exatamente esse que escolhi? Mas haverá ainda tempo?

Fico olhando o besourinho lustroso, de pintas vermelhas no verde esmeralda das asas. Atravessa minha mesa num andar enérgico, decidido - de onde veio e para onde vai? Toco-o com a ponta do dedo e imediatamente ele se imobiliza dentro da pequena carapaça, se faz de morto. Sua tática de defesa me emociona, também me fiz de morta tantas vezes. Tenho vontade de colher o besourinho na palma da mão e levá-lo até os potes de samambaia, não seria mais feliz lá? Fico vacilante, o que é bem para mim pode ser o mal para ele. A ambigüidade do Bem. Afasto-me para que ele não se sinta tolhido, quero-o livre. Observo de longe a bolinha verde-esmeralda que ressuscita e retoma sua marcha. Retomo a minha."

(Lygia Fagundes Telles, in A Disciplina do Amor).

Pois é...a ambiguidade do Bem...

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